A visita
Ela veio atrevida, em polvorosa
Despir-me na noite mais fria
E como o vento que roça e arrepia
Como a língua que lambe jocosa...
Conheci a sua boca majestosa
A me Engolir em suma, covardia!
E nos feixes de luz que eu não via
E no atalho da noite perigosa...
Imergi em seus olhos de morte
E toquei o inverso da benevolência
Passos perdidos na escuridão...
Num trago, levou-me o norte
Depois se foi, com evidência
Umedecer o lenço de algodão...
(Michelle Portugal – 23/04/10)