sexta-feira, 15 de julho de 2011

A origem da dor

Será de vício, de trapos, de sina
Será de vozes, de fases, de lira
Será de ânsia, de medo, de praxe
Será de lua, de vênus, de marte?

Se vem do frio, da chuva, da alma
Se é da lama, do corte, da praga
Se é da cisma, do baque, da queda
Se é do imo, do raro, da guerra...

“Só traz o medo, o vício que punge
e fica o sopro do vento que urge
e cala o imo aos trapos, por terra...”

Será de brisas, de lua, de morte
Será de uivos, de grilos, de raiva
Será de relva, de ondas, de choque
Será de ouro, de bronze, de prata?

Se vem da pena, das sobras, do calo
Se é da crise, do tino, das faltas
Se é do faro, das cores, do fato
Se é da chaga, da sombra, das notas...

“E jaz na lama a alma que punge
E fica o rastro do vento que urge
E segue o riso, sem cor, suas rotas...”

(Michelle Portugal – maio/julho - 2010)

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